Além de peças de engenharia intemporal, os carros clássicos têm-se consolidado como uma tendência crescente junto dos colecionadores da especialidade. Estes veículos icónicos, que trazem consigo um pedaço da história automóvel, mais do que simples máquinas, são a representação de um estilo de vida único e de uma paixão pela estética vintage e desempenho mecânico.
Ferrari 348
Sendo o “irmão” do meio do fascinante 328 e do muito apreciado F355, o Ferrari 348 tem estado há muito na sombra dos seus companheiros de garagem mais populares. Os preços também parecem estar a atingir um mínimo histórico, com os 348 a serem vendidos em leilão a valores surpreendentemente acessíveis. Não se percebe bem porquê, pois o estilo “Testarossa bebé” que apresenta é incrível e, embora não seja tão rápido como qualquer outro modelo subsequente da marca, quem adquire um Ferrari da década de 1990 não o faz apenas pelo desempenho. Após a sua apresentação em 1989, o Ferrari 348 rapidamente se tornou o destaque dos salões automóveis europeus e foi o último modelo V8 de motor central desenvolvido por Enzo Ferrari antes da sua morte. Por isso, ponha de lado a ficha de especificações e prepare-se para aquecer o V8, desfrutando de cada mudança de velocidade. Quem o adquirir estará certamente a apostar numa das maiores oportunidades no mercado de carros de coleção.
Lancia Fulvia
Existirá algum carro tão universalmente aceite e admirado como o Fulvia? Nascido como uma berlina sofisticada, o Lancia Fulvia tornar-se-ia uma formidável máquina de corridas graças à sua versão coupé, conquistando um lugar nos maiores ralis internacionais. Por isso, não é de surpreender se o Fulvia começar a valorizar-se como consequência disso. Surgido em 1963, apresentou-se como uma síntese eficaz dos melhores conceitos técnicos desenvolvidos pela marca italiana até então. É precisamente por isso que este fabuloso coupé de tração dianteira, projetado por Piero Castagnero, é sempre uma escolha acertada. O seu design foi muito apelativo na época, mas não agradou aos entusiastas dos automóveis desportivos, apesar do motor de 80 cv. Investir num destes pequenos foguetes com motor V4 antes que o preço comece a refletir o seu imenso carisma é certamente uma boa opção.
Lotus Elise S1
Se algum dos modelos da Lotus recuperou a magia do lendário Elan, foi o Elise S1. Estes desportivos com carroçaria composta oferecem uma das melhores experiências de condução, independentemente do valor. Com o Emira a assinalar o fim de uma era para a marca, esta pode ser a última oportunidade para se viver a experiência de conduzir uma destas maravilhas de peso-pluma sem despender uma fortuna. Foi corretamente descrito como o automóvel desportivo mais avançado do mundo quando fez a sua estreia, em setembro de 1995. Com o famoso nome de uma neta de Romano Artioli, o então presidente da Lotus, foi construído sobre um chassis futurista de alumínio extrudido ligado a epóxi, reescrevendo o livro de regras da engenharia automóvel leve. A produção total do Elise Série 1 ficou bem abaixo das 10.000 unidades e, com uma variedade de edições especiais de tirar o fôlego, certamente será possível encontrar um Elise de nicho que conta com a aprovação de conhecedores a nível mundial.
Maserati Khamsin
Não há como negá-lo, todos os especialistas da indústria são unânimes quanto à sua raridade e valor. Em 2024, a marca do tridente está mais forte do que nunca, com uma linha de modelos incríveis, como o MC20 e o GranTurismo, que ajudaram a reforçar a sua imagem. Talvez este seja o momento certo para se adicionar a uma coleção um dos automóveis mais subestimados dos anos 1970. Batizado com o nome de um vendaval quente do deserto do norte de África que sopra no Egito e na Líbia, e com o original estilo origami que se destaca, típico da assinatura de Marcello Gandini, o Khamsin complementa o seu impressionante design com uma verdadeira força mecânica sob o vasto capot: um V8 de 4930 cc. No que toca aos grand tourers da década de 70, é difícil encontrar um automóvel à altura. O Khamsin foi um grande carro desportivo que marcou o fim de uma era que só regressaria no final dos anos 90 com o 3200GT.
Saab 900 Turbo
É sabido que só damos valor ao que temos quando o perdemos, e isso aplica-se definitivamente a esta fantástica e extinta marca sueca. Este automóvel, frequentemente considerado o epítome do legado da Saab, foi meticulosamente concebido pela equipa dedicada da marca, pelo que modelos como o 900 Turbo continuam a ser inegavelmente icónicos. Dotado de um turbocompressor numa época em que ainda não era comum, o 900 Turbo oferecia mais 50% de potência em comparação com os seus pares e exalava poder e elegância. As suas características excecionais incluíam bancos em pele de primeira qualidade, refletindo o empenho da Saab em proporcionar o mais elevado nível de conforto e luxo. Disponível nas versões berlina e descapotável, este coupé foi, e é, um ícone que cativou condutores de todo o mundo.