Sofisticação e exclusividade definem a Patek Philippe no domínio da relojoaria de luxo. Num universo onde cada relógio é uma verdadeira obra de arte, os seus modelos clássicos atravessam gerações, fundindo com mestria suprema tradição e modernidade, revelando uma capacidade ímpar de eternizar o tempo.
Era uma vez na Polónia
A história da Patek Philippe é um relato fascinante que remonta ao século XIX, quando Antoine Norbert de Patek, um jovem polaco de espírito empreendedor, iniciou um percurso singular no mundo da relojoaria. Nascido em 1812, no meio de uma Polónia conturbada, testemunhou as convulsões políticas e militares da sua terra natal desde cedo. Aos 16 anos, destacou-se na Guerra Polaco-Russa, sendo honrado com a Virtuti Militari, a mais alta condecoração militar daquele país do Leste europeu, pelos seus atos heroicos. Após a supressão da revolta pelas forças russas, Patek juntou-se à Grande Emigração, procurando refúgio na Europa Ocidental. Inicialmente estabeleceu-se em França, mas foi forçado a mudar-se para a Suíça devido a uma série de circunstâncias desfavoráveis, incluindo um decreto hostil emitido pelo governo francês. Em Genebra, fica absorvido pela rica tradição relojoeira da cidade e estabelece uma parceria com François Czapek, também de origem polaca. No primeiro dia de maio de 1839, quando Patek, em colaboração com Czapek e Thomas Moreau, fundou a Patek, Czapek & Cie, iniciando, sem o saber na época, um caminho importante no setor relojoeiro. Contudo, no decorrer de algumas divergências com os sócios, Antoine Patek teve um encontro que mudaria o curso da história da relojoaria e da marca: na Exposição Universal de Paris, em 1844, conheceu Jean Adrien Philippe, um inventor prodigioso que já tinha patenteado um mecanismo revolucionário que permitia a corda e o ajuste dos relógios por coroa em vez da tradicional chave. Este encontro levou à formação da Patek Philippe & Co em 1851. A visão empreendedora de Patek combinada com a genialidade técnica de Philippe solidificaram rapidamente a reputação da empresa como uma das principais fabricantes de relógios da época.
Os sucessores dos fundadores
Após a morte de Antoine de Patek em 1877, o filho Leon opta por se retirar da empresa, enquanto Jean Adrien Philippe transfere a direção da relojoeira para o filho mais novo, Joseph Philippe, em 1891. Este período foi marcado por uma série de mudanças estruturais na empresa, terminando na constituição de uma sociedade por ações em 1901. No início do século XX, a Patek Philippe já tinha conquistado um lugar de destaque no mercado internacional de relógios de luxo. A empresa estabeleceu parcerias estratégicas com importantes joalherias e relojoarias ao redor do mundo, solidificando a presença em mercados-chave como os Estados Unidos. A colaboração com a distinta joalheria Tiffany & Co, iniciada em 1851, foi fundamental para a expansão da marca no mercado norte-americano. No entanto, o colapso de Wall Street em 1929 mergulhou o mundo numa das piores crises financeiras da história, afetando também a Patek Philippe. A empresa enfrentou dificuldades financeiras significativas devido ao incumprimento de muitos dos seus clientes. Para evitar a aquisição pela concorrência, os diretores da relojoeira procuraram os irmãos Charles e Jean Stern, da empresa Cadrans Stern Frères, reconhecida pela produção de mostradores de alta qualidade e também um dos fornecedores preferidos da Patek Philippe.
Os Stern
Os irmãos Stern, motivados pelo desejo de preservar a tradição relojoeira suíça, adquiriram a totalidade da Patek Philippe em 1935. Sob a sua liderança, a empresa continuou a prosperar, mantendo-se fiel aos valores de excelência e inovação estabelecidos pelos fundadores. Na década de 1970, durante a gestão da terceira geração da família Stern, a Patek Philippe lançou um dos relógios mais conhecidos da sua história: o Nautilus. Projetado pelo respeitado designer Gerald Genta, esta peça de culto foi a resposta à crescente procura de relógios desportivos elegantes e luxuosos. O design distinto, inspirado num submarino, que se mantém até hoje, tornou-se instantaneamente reconhecível, contribuindo para o prestígio da marca no mercado de relógios de luxo.
Quarta geração da família Stern
Atualmente, a Patek Philippe é liderada por Thierry Stern, representante da quarta geração desta empresa familiar. Comprometido com os valores de tradição e excelência, Thierry direciona a marca para novos horizontes, mantendo os mais elevados padrões de qualidade e inovação nesta indústria relojoeira de precisão. A visão estratégica e a paixão pelo artesanato garantem a permanência da marca como referência de prestígio e elegância no setor dos relógios de luxo. A cultura da inovação é uma parte intrínseca da essência da Patek Philippe, um legado que atravessou várias gerações. Embora profundamente enraizada na tradição, a marca compreende a necessidade de evoluir constantemente para se manter na vanguarda da relojoaria. A colaboração com especialistas resultou na produção do revolucionário material Silinvar, utilizado em oitenta por cento dos calibres da marca. São realizados rigorosos testes antes e após a montagem de cada peça para garantir a qualidade e o selo de excelência da Patek Philippe. A busca da excelência estende-se também ao design, demonstrado pelo modelo 5960, com detalhes inesperados, como a data vermelha, e a introdução de aço em peças de prestígio. Além disso, a empresa reconheceu o crescente papel das mulheres na relojoaria, inovando ao apresentar complicadas peças femininas. Sempre inspirado pela paixão e pela visão dos antecessores, Thierry Stern assumiu desde o seu início na Patek Philippe o compromisso de preservar o legado de excelência e a independência da marca, que mantém a produção de um número muito limitado de relógios por ano, garantindo assim uma exclusividade única.