Criatividade, tradição e inovação servem-se em cada prato levado à mesa nestes restaurantes, selecionados pela redação. Cada um deles abre-nos as portas à celebração da história do lugar, a uma experiência única, à cultura da cidade e do país que os aloja. Bem-vindo ao fascinante universo da alta gastronomia.
Antiqvvm, Porto
Situado num edifício da Quinta da Macieirinha, que alberga também o Museu Romântico do Porto, o restaurante Antiqvvm, sob a orientação do chef Vítor Matos, referenciado com duas estrelas Michelin, oferece uma experiência gastronómica exclusiva. No Antiqvvm, pratica-se uma cozinha criativa e sazonal, apresentada em dois menus: Ensaios Sensoriais, que desperta as papilas gustativas; e Orgânico, uma verdadeira volta ao mundo. O chef Vítor Matos prima pela utilização de produtos da época e da região, genuínos e frescos, potenciando o sabor e aroma de cada um. Os pratos chegam à mesa com influência mediterrânica e apresentam-se numa união entre a tradição e as novas tendências gastronómicas.
Sála de João Sá, Lisboa
Distinguido com uma estrela Michelin, o restaurante acolhedor, com a cozinha à vista, revela uma abordagem gastronómica inspirada nas viagens históricas dos portugueses e na riqueza da cozinha nacional. Nos menus Horizonte à Vista e À Procura de Novas Texturas, estão as raízes multiculturais de João Sá, que resultam numa cozinha criativa. Pelo storytelling dos pratos, cheios de sabor, e pela música, que embala este recanto cheio de charme, é obrigatória uma visita. A impressionante carta de vinhos, composta por mais de cem referências, é também uma aposta ganha, e os visitantes têm liberdade para escolher ou optar pela orientação do sommelier.
Taberna Ó Balcão, Santarém
Nas terras ribatejanas, o Ó Balcão é um restaurante de visita obrigatória. O ambiente que o envolve lembra as tradicionais tabernas portuguesas, porém, com um toque moderno reproduzido nos azulejos coloridos. Os pratos seduzem pela sofisticação e pela composição meticulosa de ingredientes. As criações são do chef Rodrigo Castelo, que se vestiu de investigador para encontrar produtos da terra até então desvalorizados, como peixes predadores de rio; o resultado foi equilibrar o ecossistema e oferecer uma gastronomia soberba, premiada com estrela Michelin.
Central, Lima, Peru
Eleito o melhor restaurante do mundo em 2023, o Central só não tem estrela Michelin porque o guia ainda não chegou ao Peru. No coração de Lima, este lugar de culto gastronómico oferece uma cozinha exclusiva, com base nos sabores dos diversos ecossistemas peruanos. Nasceu da paixão do chef Virgilio Martínez, que, após algumas aventuras gastronómicas internacionais, redescobriu a terra natal, reformulou o espaço, privilegiou fornecedores locais e explorou a biodiversidade ao redor. A intenção é que cada prato desperte sensações memoráveis.
Mirazur, Riviera Francesa
Num cenário idílico, no sopé das montanhas, com vista para o mar, a última casa antes de Itália alberga o Mirazur, com três estrelas Michelin. No comando está o chef Mauro Colagreco, que, depois de muito viajar, encontrou na localidade de Menton o seu destino. Criou uma talentosa equipa comprometida com práticas sustentáveis, incluindo uma horta de permacultura. Em sintonia com os ciclos lunares, Mauro Colagreco transcende qualquer gastronomia, elevando os sabores das plantas, flores, vegetais e citrinos a uma cozinha livre e criativa. Os ingredientes de cada prato misturam-se como poesia pantagruélica, revelando a sua essência e vitalidade, seguindo as variações do calendário biodinâmico.
Den, Tóquio
No contexto gastronómico mundial, o Japão destaca-se como epicentro de inovação e excelência, atraindo foodies de todo o mundo. E o Den, liderado pelo chef Zaiyu Hasegawa, destaca-se como uma preciosidade culinária onde qualidade, criatividade e hospitalidade se encontram em perfeita harmonia, e até mesmo uma formiga ou duas surpreendem o paladar. Este lugar de culto culinário oferece uma experiência gastronómica única, onde os visitantes ocidentais têm oportunidade de explorar iguarias inesperadas. Em vez de seguir tradições sofisticadas muitas vezes distantes da alta-gastronomia, Hasegawa apresenta uma interpretação pessoal da cozinha japonesa centrada em ingredientes do mar, da terra e da floresta. Desde a sardinha com pasta de fígado e arroz de sésamo até à carne de porco com raízes e lima, cada prato é um mosaico de sabores e texturas. Destaque para a salada Denacompanhada por uma formiga recheada.