A maison comemora este ano os 100 anos da criação do seu ícone: o instrumento de escrita Meisterstück.
Os artesãos da marca, com anos de experiência no aperfeiçoamento das suas competências, já desenvolviam projetos pessoais e criavam instrumentos de escrita únicos. As suas capacidades manuais e a extraordinária habilidade conduziram à criação da primeira coleção Meisterstück — que significa “obra-prima” em alemão. Não demorou muito tempo até esta coleção se revelar um ícone cultural, mantendo-se, até hoje, como sinónimo da mestria e qualidade Montblanc.
MEISTERSTÜCK AO LONGO DOS ANOS 1924-1935: OS PRIMÓRDIOS
A Simplo Füllfedergesellschaft (mais tarde designada Montblanc-Simplo) desenvolveu a primeira gama de instrumentos de escrita Meisterstück em 1924. Desde o início, o número “4810” — referente à altura do Monte Branco em metros — esteve intimamente associado à Meisterstück. Os quatro algarismos estavam bem visíveis na embalagem, gravados na tampa e, a partir de 1930, no aparo. A utilização particular da cor dourada, um pormenor que é hoje considerado caraterístico da maison, foi introduzido com a Meisterstück: em 1928, e pela primeira vez na história da casa, foram adicionados dois anéis de ouro à tampa, como elemento decorativo, mas ainda para reforçar a tampa e reduzir o risco de rachas.
1935-1951: FAZER A DIFERENÇA
Os anos de 1934 e 1935 marcaram o início de uma nova era para a Simplo Füllfedergesellschaft: a nova geração de gestores assumiu o controlo e a empresa passou a chamar-se Montblanc-Simplo GmbH, resultando em mais produtos inovadores, entretanto lançados. Entre eles, o primeiro novo design da linha Meisterstück. A forma cilíndrica, o anel único e largo da tampa, o desenho arrojado do clip e o aparo de duas cores distinguiram a nova gama dos modelos Meisterstück da década de 1920. Anos depois, em 1937, foi introduzida a primeira Meisterstück com três anéis dourados na tampa — o pormenor caraterístico, diz-se, representa as três pessoas que tiveram a maior influência na formação da empresa nos seus primeiros anos: Wilhelm Dziambor, Christian Lausen e Claus Johannes Voss.
1949-1959: E NASCE UM ÍCONE
No final dos anos 40 e nos anos 50, assistiu-se a um período de reconstrução e inovação a nível mundial, durante o qual se registou um regresso aos valores clássicos, mas, ao mesmo tempo, a introdução de novas influências. A Meisterstück seguiu esta tendência e introduziu um novo design estilizado, combinado com pormenores como os três anéis e o aparo. Em 1952, com a introdução da 149, surgiu um verdadeiro clássico do futuro, precedido pelos primeiros modelos Doué e o aparo Wing, mais macio, que vieram completar o portefólio da época.
1960-1976: A VIRAGEM ESTILÍSTICA
A partir da década de 1960, a Montblanc deu mais um passo em frente nos métodos de produção, por via de padrões e materiais modernos e adotou tecnologias mais eficientes em resposta ao novo boom da produção em massa em todos os setores. Os modelos “Linie 60” eram feitos de resina moldada por injeção e tinham configurações semelhantes em todas as gamas e, embora as novas gamas Meisterstück apresentem uma estética elegante e moderna da “era do jato”, há um modelo que permanece inalterado: o 149, com a sua forma de “charuto”.
1973-PRESENTE: O REGRESSO AO “CHARUTO”
No início dos anos 70, a Meisterstück em forma de “charuto” (anos 50) teve um renascimento para além do modelo 149. Os modelos mais ousados do Meisterstück desapareceram à medida que a gama de modelos clássicos e elegantes crescia e, nos anos 80, foi lançado o Solitaire. Desde então, a silhueta da Meisterstück foi adaptada e reinventada para uma variedade de modos de escrita, sendo, inclusive, objeto de colaborações famosas, sem prejuízo do design original, que foi tido em grande consideração. Apesar das numerosas versões, este instrumento de escrita intemporal manteve os seus principais códigos de design e continua a inspirar como símbolo da cultura da escrita.