Os diamantes são símbolos de riqueza, estatuto e poder em todo o mundo, valores associados a esta fantástica criação da Natureza e tão presentes no nosso imaginário. Além do seu encanto, são muitos aqueles que encerram histórias fascinantes. Simbolizam o fascínio humano pela beleza e a resiliência ao teste do tempo. Em destaque, alguns dos diamantes mais lendários, as suas origens, características notáveis e designs sumptuosos.
Van Cleef & Arpels: a lenda
A história por trás da coleção Legend of diamonds começou em 2018 com a descoberta de um extraordinário diamante bruto. A Lenda do Lesoto é o quinto maior diamante bruto encontrado na mina Letseng, no Lesoto, pequeno país da África Austral – berço desta e doutras pedras preciosas lendárias, sendo conhecido o seu compromisso com a rastreabilidade completa das pedras brutas. A Van Cleef & Arpels, que durante décadas não comprou pedras brutas, preferindo trabalhar com pedras lapidadas e facetadas, mais adequadas para uso em joalharia, considerou esta pedra demasiado rara para ignorar a sua aplicabilidade. Contrariando os seus próprios costumes, a marca joalheira francesa acabou por adquiri-la. É a primeira vez em décadas que a maison se envolve num projeto desde o seu ponto de partida – a extração da pedra – até à criação de uma coleção de alta-joalharia. A Van Cleef & Arpels acabou por contar a história Legend of diamonds em dois capítulos, imaginando, primeiro, uma peça de homenagem à técnica Mystery Set™, sinónimo da empresa, e, depois, um capítulo representado em todos os diamantes brancos, em celebração das tendências e estilos intemporais dos seus arquivos.
Cartier: os diamantes mais famosos do mundo
Grace Kelly, Elizabeth Taylor e, mais recentemente, Kate Middleton integram a lista das mulheres mais elegantes e célebres que, ao longo do tempo, têm escolhido diamantes assinados Cartier. Quando Elizabeth Taylor completou 40 anos, Richard Burton comprou-lhe um famoso diamante da maison. Conhecido como diamante Taj Mahal, o pingente em forma de coração datava de 1627-1628 e estava gravado com o nome Nur Jahan, esposa do imperador mongol Jahangir. A Cartier também desenhou uma corrente de ouro e rubi em estilo indiano para complementar este diamante histórico, que Taylor usou na sua festa.
Outra extraordinária joia de diamantes que merece menção especial é o colar Snake, de María Félix, criado pela Cartier em 1968. A serpente realista, regularmente usada enrolada no pescoço pela atriz mais glamorosa do México, levou dois anos a ser feita e inclui 2473 diamantes brilhantes, com corte baguete, bem como duas esmeraldas em forma de pera que formam os olhos da serpente. A lista dos famosos diamantes da Cartier é longa e interessante. Joias extraordinárias, que continuam a fascinar não só pelo seu tamanho impressionante, design e trabalho artesanal complexo, mas também pelas celebridades, de vários setores, que as usaram.
Bulgari: Laguna Blu
Prestigiosa casa joalheira italiana, fundada, em 1884, em Roma, Itália, a Bulgari é conhecida pela excelência na criação de joias exclusivas — e os diamantes desempenham um papel fundamental nas suas criações. Laguna Blu, o diamante azul-natural montado num anel e comercializado pela Bulgari em 1970, é a peça mais valiosa alguma vez vendida pela maison. Considerado uma raridade, este diamante azul-vívido sofisticado de 11,16 quilates, o grau de cor mais alto e mais raro para um diamante azul concedido pelo Instituto Gemológico Americano, não só se encontra entre os mais raros do mundo como, pelo facto de ter sido trabalhado pela Bulgari, vê o seu valor ainda aumentado. O terceiro fator de raridade significativo é que este Laguna Blu não é visto desde a sua aquisição original, na década de 1970, e o seu corte nunca foi alvo de qualquer alteração até recentemente, quando a estreia desta obra-prima aconteceu no maior palco da moda: Priyanka Chopra, embaixadora global da Bulgari, desfilou com ele no evento Met Gala 2023, tendo depois seguido para a Sotheby’s de Genebra, onde se tornou a atração principal. Qualquer diamante azul está entre os diamantes de cor natural mais esquivos do planeta. Os diamantes azuis não são criados apenas pelas forças da Natureza que formam outros diamantes naturais, nascendo antes de um acontecimento ainda mais fortuito – a presença do oligoelemento boro na estrutura de carbono do diamante durante a sua formação nas entranhas da Terra, a um nível muito mais profundo do que aquele onde a maioria dos outros diamantes se forma. Os diamantes azuis, independentemente do seu tamanho, são raríssimos, mas aqueles que ultrapassam os 10 quilates, como é o caso deste, são extremamente raros. Há pouco tempo, o diamante azul Bulgari de 8 quilates foi vendido por 18,3 milhões de dólares na Christie’s, tornando-se, certamente, o objeto do sonho de qualquer colecionador.
Tiffany e o diamante amarelo
O novo design do lendário diamante Tiffany foi revelado durante a celebração da grande reabertura do The Landmark (hotel de cinco estrelas em Londres). Redefinida apenas para ocasiões extraordinárias, esta criação de alta-joalharia, que pode ser usada como pingente e pregadeira, inspira-se no icónico design Bird on a Rock, de Jean Schlumberger. Os artesãos da marca deram vida ao extraordinário novo design do diamante Tiffany ao longo de quase 2000 horas, cravando individualmente, à mão, mais de 75 quilates de diamantes — 1220 diamantes redondos brilhantes e 35 diamantes ovais — e dez safiras rosa redondas. Evocando pássaros em voo, o desenho desta peça exemplifica a arte visionária da maison.
O diamante Tiffany, assim denominado, é um dos maiores, mais sofisticados e mais celebrados diamantes amarelos do mundo. A pedra bruta de 287,42 quilates foi descoberta na África do Sul, em 1877, e adquirida pelo fundador da Tiffany & Co., Charles Lewis Tiffany, um ano depois. O lendário diamante Tiffany foi lapidado e polido com padrões tão elevados que, ainda hoje, continua a ser uma inspiração. Com mais de uma polegada de largura, o seu desenho final, brilhante, em forma de almofada, foi cortado para 128,54 quilates, ecoando o compromisso inabalável da marca na procura e valorização da beleza e não tanto do tamanho. O diamante Tiffany não é apenas um feito incrível de artesanato; é insubstituível.