No mundo da representação desde os 15 anos, Sónia tem dado cartas na televisão, assim como no cinema e no teatro. Editou o seu livro de poemas, Constelação, em 2015. Em 2024, vamos poder vê-la na Netflix, na série Vikings: Valhalla e, também, a estrear-se atrás das câmaras com Prisma (RTP). Artista multifacetada, Sónia Balacó não gosta de ser rotulada.
Desde muito jovem que se dedica à representação. Como começou esta paixão?
Sempre tive uma relação muito próxima com as artes. Desde a infância. Interessava-me experimentar tudo e fazia muitos desenhos, textos e espetáculos para a família, mas só aos 12 anos, ao assistir a uma peça de teatro com crianças na televisão, é que percebi que representar era uma profissão que pessoas da minha idade podiam ter e insisti com os meus pais para me deixarem fazer parte do grupo de teatro local. Depois, aos 14 anos, concorri ao Supermodel of the World, fiquei agenciada e comecei a trabalhar como modelo. Foi através dessa agência que, um ano mais tarde, surgiu a audição para o que viria a ser o meu primeiro trabalho de atriz, a série Jornalistas, e a concretização de um grande sonho.
Aventurou-se agora na realização. Como foi essa transição e o que a motivou a explorar esse lado do mundo do entretenimento?
Realizar era algo que sonhava vir a fazer desde o início da vida adulta. Sou uma apaixonada por cinema e sempre me fascinou a sua proximidade com a poesia. Sinto, até, que o cinema quase se presta mais ao acontecimento poético, uma vez que para mim o poema se dá antes da palavra na página; é o meu encontro com algo invisível que depois é traduzido para palavras. No cinema, o passo da tradução é desnecessário porque a sua matéria é parecida à própria matéria do pensamento e pode falar-lhe diretamente, sem os bloqueios e desvios que a palavra implica. É poesia em bruto.
Além disso, por ser uma forma de arte tão jovem, tenho, também, a sensação de que ainda está tudo por inventar no cinema e queria muito poder contribuir para essa conversa, experimentar novos caminhos na linguagem cinematográfica. Por tudo isto, fui várias vezes para o trabalho — em projetos em que participava como atriz —, nos dias em que não rodava, para estar na régie a aprender, observando o trabalho do realizador. Estudei muito sobre o tema e os meus ídolos sempre foram mais os realizadores do que os atores. Nada disto quer dizer que não adore ser atriz! Adoro e sê-lo-ei sempre, mas quero também contar as minhas histórias, além de colaborar como atriz, para trazer à vida as dos outros realizadores.
Como foi receber o convite para participar na capa da F Luxury com uma produção Chanel Beauty?
Foi uma ótima surpresa e um elogio, um sinal de que o meu trabalho, ainda que não cabendo numa caixa, é apreciado e valorizado em todas as suas vertentes. Trabalhar com a Chanel é saber que se conta sempre com qualidade — e que o resultado só pode ser maravilhoso. Tive a sorte, também, de contar com uma grande equipa e de termos passado uma tarde muito divertida.