O chef de pastelaria da Imppacto, Gabriel Campino, revelou à F Luxury a sua paixão pelo ofício e pelo Natal. Enquanto partilhou memórias, foi criando doces natalícios usando produtos inovadores, que resultaram em sabores frescos e originais. Uma abordagem contemporânea altamente inspiracional, adaptada aos paladares exigentes, nesta época de aconchego familiar, tornando a celebração inesquecível.
Começou muito jovem e fez o seu caminho sempre neste universo da pastelaria.
É verdade. Comecei na pastelaria muito cedo. Em miúdo, fazia bolos para a família, uns ficavam bem, outros nem tanto… Depois, comecei a fazer pudins e outros doces mais elaborados, e percebi que este seria o meu caminho. Em 2003, por sugestão da minha mãe, fui trabalhar nas pastelarias de uma amiga e desde então nunca mais parei.
O seu percurso profissional é, também, muito completo.
Creio que sim, após concluir o 9.º ano, segui para a Escola de Hotelaria de Coimbra. E, de facto, a minha experiência inclui trabalhos em hotéis de prestígio, em Lisboa e em Londres. A pastelaria é a minha vida; tudo o que tenho devo a esta incrível profissão.
O Natal é uma época propícia a dar largas à imaginação. O que representa para si?
É uma época importante para mim, pois guardo memórias especiais das celebrações em família, na casa dos meus avós, em Leiria. A mística do Natal é única, tal como a magia da união familiar, da generosidade e do amor. A gastronomia desempenha aqui um papel fundamental com os seus doces natalícios que nos remetem para lembranças inesquecíveis.
Quais as memórias que guarda dos doces de Natal?
Tenho memórias muito bonitas dos sonhos que a minha avó fazia. Acredito que seja o doce mais apreciado pelos portugueses durante esta época festiva e, de forma curiosa, a minha avó costumava fazer sonhos de batata, que eram mais tradicionais na minha região. Foi apenas quando vim trabalhar para Lisboa que descobri os sonhos de abóbora.
O que é que não pode faltar na sua mesa de doces nesta época?
Tem de haver sempre algo confecionado com chocolate, seja um bolo ou doce de colher. O chocolate é o meu ingrediente favorito por duas razões: primeiro, é incrivelmente versátil, podendo ser o destaque ou solidificador de sobremesas; além disso, permite criar peças decorativas impressionantes. Depois, a origem e o processo de transformação do cacau em chocolate fascinam-me. Acompanhei esse processo e fiquei maravilhado.
O que idealizou para o Natal deste ano?
Acho que as cores natalícias foram uma inspiração! Utilizámos o vermelho e o marron, o que resultou em bolinhos red velvet às camadas, com um entremeio branco, a lembrar a neve, e um semifrio de frutos vermelhos. Há uma tarte que termina em minibrigadeiros de chocolate e outra que é uma composição divertida com amoras e morangos e uns minibolos de chocolate. Também pensámos nas crianças e criámos algo com massa choux, a lembrar cogumelos, assente no verde tradicional do Natal. Muita cor e muito chocolate fazem parte da proposta para esta época festiva.
Trabalha numa empresa muito criativa, isto vai ao encontro do seu trabalho?
Sim, a Imppacto está totalmente alinhada com o meu trabalho. A empresa de catering está em constante modernização, e tanto o chef de cozinha como eu, ambos na casa dos 30 anos, gostamos de inovar na culinária. Após ter tido uma carreira na hotelaria, percebi que as empresas de catering têm mais flexibilidade para se reinventar e responder às exigências dos clientes, cada vez maiores, com diversas opções criativas e surpreendentes.