“Um Prato com Peixes”, a mais recente obra da coleção WWB (WorldWide Bordallianos), da Bordallo Pinheiro, com a assinatura de Pedro Cabrita Reis, é a décima obra da WWB, executada pelo artista com o acompanhamento dos especialistas da Fábrica Bordallo. As peças constituem um conjunto de peixes dispostos sobre um prato, segundo uma composição aleatória, e enquadram-se numa Edição Especial numerada e limitada a 135 exemplares.
Para a Bordallo Pinheiro, na visão de Nuno Barra, administrador da marca, “trabalhar com uma referência da Arte, da Cultura e do pensamento filosófico que se estende além-fronteira, e que mostra ao mundo um Portugal contemporâneo, deixa-nos muito orgulhosos. E, claro, trabalhar com o Pedro é um desafio constante a todo e qualquer padrão de criatividade”.
Para a produção destas cerâmicas, efetuadas por Pedro Cabrita Reis na fábrica Bordallo Pinheiro, o artista socorre-se dos moldes do próprio Raphael Bordallo Pinheiro, construindo, na forma como elas são dispostas entre si, relações que criam um novo olhar sobre a obra do mestre novecentista. Sobre o processo criativo e a simbologia que envolveu a construção desta peça, Cabrita Reis considera que “…é uma imagem bonita e poética de uma espécie de vibração que nunca, jamais, desaparecerá, daquilo que é a vida que as pessoas têm entre si, a forma como se relacionam, a forma como se veem. Estamos todos entalados dentro de um cesto, às cotoveladas às outras sardinhas parecidas connosco. Mas, na verdade, ainda estamos vivos!”.
WWB – WorldWide Bordallianos
Faz parte de um segmento de arte contemporânea da Bordallo Pinheiro e é o seguimento das coleções 7 Bordallianos de Portugal e 20BB – Bordallianos do Brasil. Neste projeto, nomes nacionais e internacionais ligados às áreas criativas das belas artes, design e moda têm a oportunidade de reinterpretar Bordallo à luz da sua própria arte e do seu próprio processo criativo. Este projeto é limitado a um máximo de dois lançamentos por ano e dele fazem parte nomes como Paula Rego, Vhils, Julião Sarmento, Studio Campana, Melanie Smith, Luiz Zerbini, José Pedro Croft, Rosângela Rennó, entre outros.
Pedro Cabrita Reis nasceu em Lisboa em 1956. Reconhecido internacionalmente, o seu trabalho tornou-se crucial para o entendimento da escultura a partir da década de 1980. As peculiaridades do discurso filosófico e poético das suas criações são evidenciadas em vários meios: pintura, escultura, fotografia e desenho.
Pedro Cabrita Reis, que compõe instalações através de materiais encontrados e objetos manufaturados e submete-os a processos construtivos, replicando gestos e ações primordiais do quotidiano, participou, entre outras, nas seguintes exposições internacionais: Documenta IX e XIV em Kasse (1992 e 2017); 21a e 24a Bienais de São Paulo (1994 e 1998); Bienal de Veneza (1997 e 2003). Em 2013, o artista plástico apresentou “A Remote Whisper”, na 55a Biennale de Venezia e, em 2009, participou na Xème Biennale de Lyon, “The Spectacle of the Everyday”. Em 2022, apresentou “Les Trois Grâces” nas Tuileries, comissariado pelo Museu do Louvre e, na 59a Bienal de Veneza, leva a palco “Field” na Chiesa di San Fantin.