
Situado na estação de comboios de Santa Apolónia, o Editory Riverside veio alargar o portfólio da Sonae Capital Hotelaria. E para conhecermos em pormenor este lugar que faz parte da História de Portugal, Sandra Ramos levou-nos a percorrer um caminho entrelaçado pelo Rio Tejo e pela luz de Lisboa. As partidas e chegadas mantêm-se, mas agora é ponto de encontro de vários idiomas que se fundem em cada recanto onde outrora se teciam os caminhos de cá e além-fronteiras.
Este é um lugar com uma grande história. Qual a abordagem para a conceção do hotel?
O Editory Riverside é um hotel que nos revela muita história. Para além daquela que é a dos caminhos de ferro, faz parte da História de Portugal. Estamos num edifício que começou por ser um convento, fundado em 1662 e só em 1865 foi inaugurada a Estação de Caminhos de Ferro de Santa Apolónia. E assim nasce a história de tudo o que se tornou o nosso hotel. O gabinete de arquitetos Saraiva + Associados manteve ao máximo o que foi possível para que o passado perpetuasse. Quem aqui ficar hospedado vai, por certo, sentir a essência de outras épocas já que os quartos de agora são os antigos gabinetes dos trabalhadores que faziam funcionar este lugar de partidas e chegadas e por onde saíram muitos dos nossos emigrantes.
Os hóspedes têm noção da importância deste lugar?
Transportámos a história dos caminhos de ferro para dentro do hotel e este é o mote que utilizamos para passar aos nossos hóspedes. Quando chegam, é feito um acompanhamento até aos quartos, para contarmos parte desta história e aqui mencionamos a razão de toda a decoração e daquilo que vão encontrar, em vários locais, das peças de mobiliário recriadas a outras, originais, que fazem parte do espólio das Infraestruturas de Portugal. Foi um imenso trabalho de pesquisa e de aproveitamento de autênticas relíquias que os mais jovens, provavelmente, desconhecem.
Como foram concebidos os quartos?
No todo, temos 126 quartos com 11 tipologias, onde se inclui a icónica Deluxe Junior Suite Rosacea que é uma obra de arte devido à recuperação de um vitral que deve ter visto muitos viajantes. Para aquelas ocasiões mais especiais, há a Master Suite River View, no que era o antigo gabinete do chefe da estação, e agora transformada sem prejuízo da vista de rio e da cidade, observados a partir da varanda fantástica. Tendo em conta a sua localização, a entrada de luz oferece uma experiência memorável. Mas todos os quartos eram os antigos gabinetes dos trabalhadores e, apesar de estarem instaladas portas de segurança, as portas originais foram mantidas, bem como os candeeiros de teto que percorrem os corredores de acesso aos quartos. No primeiro piso, os azulejos são os originais do antigo convento.
O restaurante é, também, à imagem daqueles que existiam nos comboios.
Sim, o nosso restaurante Impulso é muito versátil e o bar, no centro, recria um ambiente que nos leva para o interior de uma carruagem-bar que enche o nosso imaginário quando nos lembramos das viagens dos comboios de luxo. Mas não somos um restaurante só para os hóspedes do hotel: no todo, temos 122 lugares e somos um restaurante aberto ao público — durante a semana, há o menu executivo servido ao almoço; ao jantar, o serviço é segundo a carta. Os pratos são da autoria do chef Hugo Dias e de inspiração portuguesa. No total, são cerca de 500m2 de área, que se dividem entre zona de estar e restaurante, com cozinha aberta, a lembrar uma bilheteira com janelas para a estação.
Em que medida foram sensíveis às questões de sustentabilidade?
Em todos os hotéis do Grupo implementam-se práticas que asseguram uma administração ambiental eficaz e responsável. Isso inclui uma atenção especial à economia de água e energia, à preservação e promoção dos recursos naturais do local e à preferência por ingredientes sazonais de fornecedores locais. E como diz o nosso chef, “na cozinha nada se desperdiça, tudo se aproveita da casca ao caroço”. O Editory Riverside conta com a certificação BREEAM, método de avaliação ambiental que mede o desempenho dos edifícios em diversas categorias, mas agora o objetivo é obter o rating Very Good.
A localização é um ponto forte do hotel?
Sem dúvida, a localização do Editory Riverside acaba por ser, também, um dos nossos pontos de destaque, para além dos transportes públicos que estão todos aqui, afinal, estamos no centro da cidade. Temos uma vista fantástica para o rio Tejo, somos um país de sol e a nossa localização permite apreciar tudo isto. E a partir daqui o turista, nacional ou estrangeiro, pode deslocar-se para qualquer lugar da cidade ou do país.