
Depois de duas licenciaturas, em Administração Autárquica e em Gestão de Empresas, e, posteriormente, uma pós-graduação em Contratação Pública, Sónia Cristina Paiva, que sempre teve um fascínio pela moda, decidiu fazer uma formação certificada em Consultoria de Imagem e Personal Shopping na Fashion School do Porto. A partir daqui o seu percurso profissional teve outro caminho. Criou uma empresa, internacionalizou-se, escreve artigos e livros, e já mudou a vida a muitas pessoas e empresas.
Como podemos definir o seu trabalho?
Criei a minha empresa com o meu nome, Sónia Cristina Paiva, na vertente de consultoria de imagem e marketing pessoal. Prestamos serviços de imagem tanto para homens como mulheres. Também realizamos workshops e formação para entidades públicas e privadas, onde propomos metodologias adequadas de forma a consolidar-se a imagem pessoal, profissional e protocolar. Efetuamos serviços de styling para lojas, campanhas publicitárias e catálogos de moda. Proporcionamos formação certificada em Imagem, Protocolo e Organização de Eventos. Se alguém pretender abrir uma empresa, independentemente da área, trabalhamos parceiros com várias valências, desenvolvemos desde o projeto de design, decoração e apetrechamento do espaço, redes sociais, sites, logótipos e imagem da empresa, merchandising, formação dos colaboradores e inauguração do espaço, se for o caso.
Qual foi a razão para se dedicar mais ao sector da moda?
Sou uma pessoa muito dinâmica, tenho de estar sempre a criar porque senão murcho; a normalidade empobrece-me. A determinado momento, percebi que já não sentia prazer naquilo que estava a fazer e, como sempre gostei muito da componente da moda e da imagem, fiz uma pesquisa e encontrei um curso de Consultoria de Imagem e inscrevi-me. Estava a precisar de uma lufada de ar fresco no meu percurso profissional.
O que aprendeu com esse curso?
Foi muito interessante porque passei a olhar para as pessoas de uma forma diferente, a perceber a pessoa no seu todo. Fazer consultoria de imagem é muito enriquecedor, porque mexemos com a autoestima de quem nos procura; por vezes, basta uma pequena mudança no cabelo ou nas peças de roupa para que essas pessoas se sintam mais realizadas. E não só a pessoa no modo individual; as empresas, entidades públicas e os seus trabalhadores, muitas vezes, também precisam de ajuda, neste sentido. Há situações em que podemos salvar relacionamentos, o poder da imagem é incrível, muda a cabeça das pessoas, ficam mais abertas, mais produtivas e transmitem felicidade. Quando apresentamos uma imagem autêntica, adequada e atraente, criamos uma primeira impressão positiva. Foi isto que me apaixonou.
Sente que encontrou o seu caminho, isto em termos profissionais?
Sem qualquer dúvida. Criei o meu site, também com o meu nome, e faço a gestão do mesmo, fiz e continuo a fazer artigos para revistas masculinas e femininas com conselhos e dicas relacionados com a imagem. E comecei a movimentar-me neste sentido, mas senti algum receio em posicionar-me no mercado; estávamos em 2016 e estes temas não eram muito usuais. Eu queria ir mais longe, daí ter frequentado um curso de especialização em Marketing Pessoal, no Brasil, que permitiu consolidar os meus conhecimentos.
E também se internacionalizou.
É verdade, o meu know-how nestas áreas tão específicas permite-me trabalhar com mercados como o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Canadá. Um dia, a Daniela Bacelar, que reside em Salvador da Baía, contactou-me para ser coautora de um livro de personal branding, o Encontre a sua Marca, que contou com diversos especialistas internacionais e eu era a única portuguesa. Além do Volume I, também fui convidada para o Volume II. Foi uma experiência muito gratificante. A nível de pessoas e empresas, para estes países trabalho online; os meus cursos e mentorias assim o permitem. No que diz respeito a livros, terminei agora de escrever o meu, O Poder da Imagem, que será editado nos EUA, estará disponível na Amazon, e vai ter uma edição em português.
Que aspetos foca no seu livro?
Este livro aborda temas relacionados com a imagem feminina e masculina na componente pessoal e profissional. A perceção adequada do impacto das cores na imagem em diferentes contextos, o dress code ajustado a diversas ocasiões e dicas de estilo. Fala essencialmente da imagem e dos reflexos que advêm do que vestimos, bem como dos cuidados a ter com a maquilhagem, a pele e os cabelos, entre outros.
Uma das suas valências é ser personal shopper. É importante sabermos comprar roupa?
Muito! Não imagina o que as pessoas podem poupar. Este serviço é uma das valências da consultoria de imagem, após o estudo do perfil e apuramento do estilo a desenvolver e no sentido de serem feitas compras inteligentes e versáteis. Há um acompanhamento do cliente numa sessão de shopping, onde é feita uma seleção de peças de roupa e acessórios para compra, em função do budget definido, com o propósito de ajudar a vestir com estilo, ajustado ao contexto onde está inserido e de forma mais confortável.
Tem algo caso que seja um bom exemplo do seu trabalho?
Todos os casos são um bom exemplo, mas há um que me deixou muito emocionada. Veio ter comigo uma senhora que só vivia em função do marido e dos filhos, tinha-se esquecido dela. Foi muito desafiador, porque tive de ir a fundo para levantar a sua autoestima. Estava muito descuidada. Levou tempo, mas consegui fazer mudanças significativas na imagem, a começar no corte de cabelo; até passou a usar batom, algo que nunca tinha feito. No fim, quando se viu ao espelho, ficou encantada e disse que a partir daquele momento iria investir nela. Temos de tirar o melhor das pessoas quando elas se sentem pior, certo?
Com tanta mudança em si e nos outros, quem é a Sónia?
Sou muito dinâmica, empreendedora, não consigo estar sem criar e tenho uma máxima: sejam criativos; a normalidade empobrece. Nasci em Angola, ainda recordo as cores e o característico cheiro da terra depois das grandes chuvadas tropicais. Gosto muito de pintar e de utilizar nos meus quadros texturas que modelo com as mãos. Os meus trabalhos são muito interessantes, porque têm muito movimento, talvez um reflexo do que sou.
O que representa para si fazer parte do F Club?
O F Club é um clube de referência e é um excelente veículo para fazer networking. Ali encontramos oportunidade de negócios de um segmento premium, pelo serviço de excelência que cada uma de nós realiza, nos seus variados negócios. É um win-win para todas as mulheres que fazem parte deste clube de empreendedoras.