A Maison de l’Unesco, construída em 1958 e que abriga obras de Pablo Picasso, Alexander Calder e Henry Moore, foi o espaço escolhido para apresentar a coleção masculina outono-inverno da Hermès.
A diretora criativa da marca, Veronique Nichanian, que está à frente da Maison há 35 anos, sinónimo de luxo e elegância, não para de surpreender, tendo decidido pegar nos clássicos e retrabalhá-los de uma forma mais confortável e prática. Assim, para a próxima temporada fria, os homens modernos descartam as suas gravatas, trocando-as por luxuosas golas altas e lenços estampados que adicionam floreio e proteção contra os ventos gelados do inverno.
Numa história de linhas, a coleção assume um toque de oxímoro, doce e agudo, para homens em movimento. Eles sentem-se à vontade para iniciar conversas lúdicas entre as peças, combinando-as, justapondo comprimentos e alternando volumes: itens essenciais do guarda-roupa cuja construção, sempre precisa, ousa novas proporções.
Há uma sedução na carícia de caxemiras e flanelas, carneirinhos e tecidos esvoaçantes, couros de diferentes veios e ousadia na escolha de uma joia. Também é palpável a atenção à sensualidade das roupas, aos detalhes que permitem que cada peça seja única: um bolso escondido ou a surpresa de umas costas de couro num casaco.
Carvão, cascalho, névoa, caramelo, castanho, café, camelo, marinho, marfim e preto: a paleta revela tons suaves que crescem em riqueza e que dialogam entre si, atravessados por um flash de luz, intenso como a luz do inverno.
A mão do artesão impregna estas roupas e as suas histórias nesta coleção, que se apresenta como um convite a uma viagem de inverno onde a intemporalidade rima com a inovação, onde a criação cria uma ressonância entre o conforto e a sofisticação.