
Professora catedrática, na área da Biodiversidade e Ecologia, no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, onde inclusive desempenhou as funções de vice-reitora, entre 2011 e 2015, Helena Freitas foi nomeada diretora pela Administração da Fundação de Serralves. É também doutorada em Ecologia pela Universidade de Coimbra, em colaboração com a Universidade de Bielefeld, na Alemanha, e possui um pós-doutoramento na Universidade de Stanford, nos EUA. Fomos conhecer melhor a Helena, bem como o extraordinário desafio com o qual se depara desde janeiro de 2022.
A Helena assumiu a direção do Parque de Serralves há mais de um ano. Que missão se lhe apresentou e que ainda tem pela frente?
O Parque de Serralves integra a dinâmica global da Fundação de Serralves, afirmando uma programação interdisciplinar que sempre se distinguiu pela qualidade. Neste sentido, a minha missão fica facilitada. Em particular, o parque tem um serviço educativo na área de ambiente com fortíssima implementação na região, e este trabalho deve ser ainda mais valorizado, nomeadamente pelo reforço da ciência e de iniciativas de ciência cidadã. O parque deverá ainda fortalecer a colaboração com a programação das artes. Numa perspetiva mais pessoal, diria que a minha missão passa pelo reforço e diversificação da programação e intervenção em ambiente e sustentabilidade.
Já exercia o cargo de coordenadora-geral da equipa diretiva do Parque de Serralves desde agosto de 2020. O que representou para si esta nomeação?
A coordenação permitiu acompanhar as atividades do parque durante a pandemia, contribuindo para as soluções de adequação da programação à essa realidade, e permitiu conhecer melhor a instituição. A oportunidade de coordenar ou dirigir o Parque de Serralves é um privilégio.
Que desafio representa para si cuidar de um património vivo?
É a responsabilidade de cuidar pelo seu valor intrínseco, mas também pelo que representa para quem o visita e usufrui. O Parque de Serralves é um bom exemplo de conservação de um espaço verde urbano e deve continuar a sê-lo – este é o desafio. Reconhece-se também a vitalidade do espaço na relação de harmonia que mantém com todo o edificado.
Atualmente, é professora catedrática, detentora da Cátedra Unesco em Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável, é ainda coordenadora da unidade de investigação Centre for Functional Ecology e integra o Conselho Científico do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra. Como consegue conciliar todas estas atividades e ainda o cargo de direção?
Nem sempre é fácil, mas a motivação ajuda. Por outro lado, todas as dimensões da minha atividade profissional convergem para objetivos comuns – a promoção da ecologia através da educação e da ciência, e a conservação da Natureza e da biodiversidade como base inalienável da prosperidade e bem-estar.
Ocupando um lugar cimeiro, que conselho daria a mulheres que almejem um lugar de direção?
Julgo que o mais importante será trabalhar em função de objetivos, preferencialmente em equipa, e com ética.
Que projetos pretende desenvolver no Parque de Serralves no futuro?
Este ano, celebramos o centenário do Parque de Serralves, e esta é a prioridade. Temos um intenso plano de atividades. Enquanto dirigir o Parque de Serralves, espero dar continuidade ao legado de qualidade que a História nos deixou, apostando na vocação pedagógica e científica do parque na área do ambiente e da sustentabilidade.
E, em termos pessoais, como se vê num futuro próximo no âmbito da sua carreira?
Sou feliz e grata pelo que tenho.