Para colecionadores, é previsível o gosto por este tipo de automóveis, os mais cobiçados, raros e valorizados de todos os tempos. O mercado de carros clássicos em 2023 deve assumir uma participação de mercado mais significativa, pois o interesse nessa subcategoria continua em grande crescimento. Carros raros e antigos de marcas como Ferrari e Porsche estão na lista de compras de muitos colecionadores. Segundo as principais casas de leilões de carros clássicos, os carros desportivos da era de ouro do automobilismo e do rali ocuparão os lugares cimeiros este ano.
Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé, 1955
Arrematado por 142 milhões de dólares em 2022, este Mercedes datado de 1955 lidera o ranking. Um dos dois Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé 1955 existentes foi leiloado, em maio de 2022, no Mercedes-Benz Museum, em Estugarda, Alemanha. Baseado no W 196 R, este carro de corrida, que conquistou dois campeonatos mundiais, era verdadeiramente especial porque, além de só existir mais um igual, foi o carro de uso pessoal de Rudolf Uhlenhaut, o próprio engenheiro que o criou. Equipado com um motor 3.0 de oito cilindros que o levava aos 290 km/h, foi um dos mais rápidos da sua geração. De acordo com Marcus Breitschwerdt, chefe do Mercedes-Benz Heritage, “o comprador concordou que o 300 SLR Uhlenhaut Coupé se manterá acessível para exibição pública em ocasiões especiais, enquanto o segundo exemplar permanece na propriedade da empresa e continuará a ser exibido no Mercedes-Benz Museum”.
Casal Talbot-Lago T150-C-SS Teardrop, 1937
Este modelo tornou-se o veículo mais caro vendido em leilão de carros clássicos em 2022. Por 13.425.000 dólares, este é o automóvel francês mais valioso alguma vez vendido em leilão. Além disso, é o único carro francês, além do Bugatti, que alguma vez foi vendido por mais de dez milhões de dólares em leilão. Tal recorde de valor deve-se ao facto de ser um de apenas dois exemplares com esta carroçaria específica – totalmente envolvente, com para-lamas frontais rodados, chamados Modéle New York. O outro modelo existente já nem tem a sua carroçaria original intacta, tornando este carro já raro ainda mais desejável. Já passou por alguns proprietários ao longo dos anos, não tendo sido visto durante quarenta anos até ter saído da Califórnia em 2022.
Triumph Spitfire, 1962
O Triumph Spitfire é um carro desportivo britânico dos anos 1960 que conseguiu resistir ao teste do tempo, principalmente porque ainda há peças disponíveis e clubes de proprietários leais que valorizam o que têm. Quando o Spitfire chegou ao mercado, em 1962, era relativamente acessível para aquisição e, devido a isso, teve um desempenho ao nível de vendas relativamente alto. Este roadster é um ótimo automóvel, simples o suficiente para que possa ser mantido pelos proprietários com um manual à mão. Por conseguinte, pode ser considerado um ‘investimento estável’, o que significa que os respetivos valores não oscilaram muito nos últimos anos. No entanto, está previsto o Spitfire subir em flecha assim que a próxima geração o achar atraente. Por exemplo, o seu valor cotado em apólice de seguro aumentou 27 por cento nos últimos dois anos. Isso foi conseguido principalmente por carros antigos em condições de concurso, que são os mais valiosos, como este, ficando orçamentado em 28.800 libras inglesas.
Ferrari 250 GTO by Scaglietti 1962
Também de 1962, temos este Ferrari. Para promover a marca Ferrari nos EUA no fim dos anos 1950, o importador Luigi Chinetti – longo parceiro de Enzo Ferrari – criou o North American Racing Team (NART), que funcionava como um fornecedor de carros de corrida para condutores ávidos por campeonatos locais. O sucesso foi tal que o fabricante italiano passou a aceitar encomendas especiais da 275 GTB/4. Totalmente restaurado e a valer 27.500.000 dólares, este bólide reivindica raridade, um longo pedigree de desenvolvimento mecânico, carroceria belissimamente esculpida e um recorde de competição extremamente bem-sucedido. Sem dúvida, este Ferrari 250 GTO evoluiu justificadamente para o carro de colecionador mais desejável do mundo: uma forma instantaneamente reconhecível e uma presença lasciva que nenhum outro automóvel pode reivindicar. Curiosamente, este carro foi estrela de cinema e apareceu no filme The Thomas Crown Affair (1968), com o ator Steve McQueen ao volante.
Porsche 911, 1965
Este foi o Porsche clássico mais vendido em 2021, estando a subir e a ser mais valorizado em 2023. Os gurus dos automóveis têm visto o preço deste carro aumentar constantemente ao longo dos anos, tornando-se especialmente um dos melhores carros de investimento dos últimos tempos. Não apenas por isso, mas também porque, a partir deste ano, a maioria dos modelos clássicos da Porsche são os melhores investimentos em termos de carros clássicos devido à ampla gama de modelos da marca no mercado. O clássico Porsche 924 também é um dos carros favoritos a valorizar-se devido ao seu menor preço de investimento. Por conseguinte, quem pretenda investir em carros antigos, o Porsche 911 de 1965-1980 ou o Porsche 924 de 1975-1988 são ambos excelentes veículos clássicos de investimento este ano.
Aston Martin DBR1, 1956
Este é um clássico de competição que foi guiado por Sir Stirling Moss, considerado o maior dos pilotos sem um título mundial de F1. Por seu turno, este é o Aston Martin mais importante que alguma vez foi produzido. Pintado de verde-azeitona, o carro é considerado o Aston Martin DBR1 mais perfeito, já que foi o primeiro que saiu da linha de produção. Ao ser arrematado por 22.550.000 dólares, o primeiro dos cinco DBR1 construídos entre 1956 e 1958 tornou-se um dos mais valiosos automóveis britânicos, pois, ao atingir esse número, não só é o Aston Martin mais caro da história, como também bateu o recorde de carro britânico mais caro vendido em leilão. Esse “trono” pertencia até agora ao Jaguar D-Type de 1955, que foi vendido por 21,78 milhões de dólares.