Nasceu, em 1934, Francisco Rabaneda Cuervo, em Pasaia, na província espanhola de Guipúscoa, e foi reconhecido pelo mundo fora. Adotou o nome de Paco Rabanne, sendo para sempre recordado pelas suas criações, de roupas futuristas, e pelos materiais, como plástico, metal, papel e também chocolate, que usava nas peças que apresentava. A par das coleções criava perfumes, sendo o 1 Million um dos seus maiores bestsellers. Filho da costureira principal de Cristóbal Balenciaga e com um pai republicano, fuzilado durante a Guerra Civil Espanhola, foi obrigado, com a restante família, a refugiar-se em França, na região da Bretanha. Estudou Arquitetura na Beaux Arts em Paris, mas apaixonou-se pela moda, tendo começado a criar joias para Nina Ricci, Balenciaga e Givenchy, entre outros.
Na década de sessenta, do século XX apresentou a primeira coleção e fez mudar para sempre o conceito da moda. Foi o primeiro estilista a levar música e modelos negras para a passerelle, quebrou padrões e revolucionou mentalidades. Apresentou, em 1989, um vestido confecionado em chocolate. Místico, visionário, às vezes polémico, provocador, de mente inconformada, obrigou-nos a pensar na reutilização de materiais até então nunca usados na moda.
Era habitual ver peças com cabos de fibra ótica, placas e correntes de metal e pedaços de espelhos. Fez cair sedas e linhos para utilizar Rhodoïd, espécie de plástico transparente. E, se olharmos bem para muitos dos seus vestidos, percebemos que ali não houve agulhas para os confecionar. É também da sua autoria a icónica mala de mão Le69, produzida artesanalmente em metal.
Vende a marca Paco Rabanne à espanhola Puig em 1986 e retira-se da moda, em 2009, com 75 anos. Fez o caminho para outra galáxia, como gostava de dizer, em relação à morte, a 3 de fevereiro último, deixando um legado único e incomparável. Nunca iremos saber se estava adiantado para a época ou se estamos todos nós ainda atrasados para o seu pensamento.