Licenciada em Turismo, Francelina Ferreira do Amaral concluiu com sucesso um mestrado em Hotelaria na Católica Business School. Tendo adquirido uma vasta experiência no mundo da hotelaria nacional e internacional, a atual diretora-geral do InterContinental Cascais-Estoril ingressou no InterContinental Hotels Group em 2011, aquando da pré-inauguração do InterContinental Porto – Palácio das Cardosas, onde, após desempenhar outras funções, veio assumir a direção como Hotel Manager. O F Club vem dar a conhecer um pouco melhor esta profissional apaixonada pela comunicação e pela excelência do serviço.
Com mais de 20 anos de experiência no setor hoteleiro e depois de dirigir o hotel Indigo Paris Opera durante quase quatro anos, como foi regressar a Portugal e ficar à frente do InterContinental Cascais-Estoril?
O regresso a Portugal foi um regresso desejado, mas o grande desafio era que fosse para o projeto certo. Quando surgiu a oportunidade do InterContinental Cascais Estoril, não hesitei. Além de ser um hotel muito especial que vi, desde longe, nascer, é um dos projetos pérola da cadeia InterContinental Hotel & Resorts. Tratava-se, portanto, de um regresso ao mais alto nível e com um desafio aliciante: continuar o posicionamento do hotel no segmento de luxo e abrir as portas do mesmo à comunidade local!
Quais têm sido os seus principais objetivos para este hotel?
No seguimento do que me foi lançado como desafio, o nosso objetivo maior é elevar o nível de serviço e posicionar o hotel onde ele pertence, o segmento de luxo. Posicionar o hotel como o mais exclusivo da região, através de um serviço personalizado e de excelência a todos os níveis.
Este desafio foi lançado numa nova fase que o hotel vive, ao ter uma nova equipa de direção com experiência comprovada no segmento luxo e local, e, portanto, em sintonia total com os nossos objetivos.
Ao longo da sua carreira, por que princípios se tem regido e pautado?
Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que gosta de desafios e que sou extremamente focada na qualidade de serviço e atendimento. Aprendi cedo que para sermos os melhores é necessário ter clareza sobre aquilo que queremos alcançar, temos de trabalhar juntos como equipa e é por isso que valorizo cada um dos meus colaboradores como pessoa individual que aporta valor único à organização. Na nossa área, ou falhamos sozinhos ou vencemos juntos, e eu tenho isso presente todos os dias.
Como foi para si estar a dirigir um hotel numa cidade icónica como Paris?
“Paris is always a good idea!” Quão verdade é este cliché… Foi um sonho tornado realidade. Já tinha vivido em Londres e sempre ficou a vontade de conhecer Paris, além das visitas como turista que fazia já com alguma regularidade. Quando surgiu a oportunidade, senti-me como uma estudante que tinha a oportunidade de fazer um doutoramento na Cidade Luz, cidade do amor, cidade glamour, onde o luxo assume expressão em cada canto e esquina.
Confesso que fiquei deslumbrada e não pensei no quão grande era o desafio, de mudar de país, de cultura, de idioma, de marca de hotel… Enfim, foi um começar de novo, uma experiência com a qual cresci imenso, profissional e pessoalmente.
Já tinha tido outra experiência internacional, quando se mudou para Espanha para integrar a equipa inaugural do Hotel Westin Valencia. Que principais desafios se lhe apresentam quando está fora do país?
Sou uma pessoa de afetos, de abraços apertados e sorriso fácil. Cada vez que faço as malas para um desafio novo, levo na bagagem a saudade dos momentos em família e com amigos. E talvez por isso, porque preciso sempre de regressar (com alguma regularidade) para esse meu mundo de afetos, ainda não me tenha aventurado para destinos mais longínquos. Eu diria que este é o maior dos desafios, estar fisicamente longe dos meus.
Tudo o resto faz parte, e a minha vontade de conhecer novos destinos e culturas faz com que facilmente se ultrapassem coisas, como a diferença de idioma, de costumes, de formas de trabalhar, entre outras. Mas sempre que chego a um novo destino, rapidamente o hotel se transforma em casa, e as minhas equipas numa grande família!
Apesar de sempre ter ocupado cargos de chefia na hotelaria, quando foi que ambicionou que poderia vir a ser diretora-geral de um hotel?
Quando começamos esta caminhada, sabemos que é para a vida, os hoteleiros sabem do que falo… Sempre fui muito curiosa e inquieta, sempre aprendi a dar o meu melhor e a não me contentar com o average. Isso levou a que naturalmente a minha carreira se desenhasse e me fossem dadas estas oportunidades de crescimento. A minha inspiração para ser diretora-geral, veio essencialmente de dois diretores aos quais tive um enorme gosto de reportar e que me mostraram a ótima diretora que eu seria um dia.
De que forma concilia a sua vida privada e familiar com a responsabilidade da direção do hotel?
Esse é um dos maiores desafios que temos ao estarmos à frente de uma organização que nunca fecha; pelo contrário, está aberta os 365 dias do ano, 24 horas por dia! Temos de ser apaixonados pelo que fazemos para perceber que não é um trabalho, é uma forma de vida que contempla a nossa esfera familiar. Sou uma afortunada por ter um marido que sempre acreditou em mim e me incentivou a seguir os meus sonhos; mais do que um marido, é o melhor companheiro de viagem que eu poderia ter nesta longa viagem que é a vida, e isso facilita tudo. Os amigos já me conhecem e sabem que cada um tem o seu lugar privilegiado no meu coração e que distância alguma ou tempo poderão jamais apagar.
A Francelina tem demonstrado que é possível ir mais longe. Considera inspirador o seu trajeto para outras mulheres?
Já fui convidada para algumas ações que visam isso mesmo, expor o meu percurso e falar sobre a minha experiência. Eu gosto de pensar que, com dedicação, paixão e foco no que queremos, todos conseguimos alcançar o que mais ambicionamos. Mas, se a minha carreira puder inspirar alguém, nem que seja apenas uma pessoa a ser mais feliz e a seguir os seus sonhos, então sinto-me ainda mais privilegiada.
O F Club Magazine já realizou um evento no InterContinental Cascais-Estoril e está a ponto de realizar outro. O que representa para si o seu hotel ser palco de atuação do F Club?
O F Club é um sonho tornado realidade por alguém que trabalhou arduamente para concretizar este projeto. Só por isso já tem o meu respeito e consideração. É um projeto muito especial e exclusivo que consegue juntar mulheres que se destacaram nas mais diferentes áreas onde trabalham para uma partilha de conhecimento e de experiências, convertendo-se muitas vezes em oportunidades de negócio. No fundo, uma fórmula única que junta o glamour, o luxo, o conhecimento e o rigor de uma forma descontraída. É, sem dúvida, uma honra e uma experiência riquíssima receber o F Club no nosso hotel, já para não falar da grande responsabilidade que isso representa para mim.