É atualmente a responsável pela Roberto Cavalli em Portugal e Espanha, operando na qualidade de area manager, ocupando-se de toda a gestão dos pontos de venda da marca de moda de luxo. Licenciada em Contabilidade e Administração, Carla Lopes, membro do F Club, é também uma parceira estimada da F Luxury magazine, uma aliança que se tem revestido de inestimável valor.

Como é gerir dois mercados, o português e o espanhol, vestindo a camisola da Roberto Cavalli?
Um desafio a cada dia: naturalmente, são dois mercados distintos, apesar de muito próximos, mas com características diferentes e formas distintas de trabalhar. O desafio passa por representar a Marca da forma mais fiel possível, transmitir para os diferentes mercados os seus valores sem nunca esquecer a especificidade de cada mercado.
Quando começou esta relação com a Casa italiana de luxo e como tem sido alimentada?
Esta relação começou quase há quatro anos. Estava na Versace, onde desempenhava praticamente as mesmas funções mas apenas em Portugal, e surgiu o convite para abraçar este projeto da RC, ficando responsável pelos dois países. Gosto de desafios e, por vezes, necessitamos de mudança para evoluir, e assim foi. Esta relação é alimentada pelos constantes desafios que me são lançados pela marca. Estando esta num processo de restruturação, não existe monotonia. No fundo, estou a fazer parte de um renascer da Roberto Cavalli e isso é muito motivador.
Quais os principais desafios que tem encontrado ao longo deste percurso como area manager da Cavalli para os dois países?
Estes quatro anos de Roberto Cavalli têm sido muito desafiantes. Primeiro pela mudança da própria empresa e implementação de novos procedimentos – e adaptar esses procedimentos a dois mercados -, e depois, neste último ano e meio de pandemia, por toda a adaptação que todos tivemos de fazer para manter o mercado “vivo”. Tem sido um desafio constante de busca de soluções, mas que me obriga, de forma positiva, a desenvolver outras capacidades. Não parar no tempo, encontrar novas aptidões.
Que skills considera serem fundamentais para ocupar esta posição?
Estar atenta a toda a equipa, às pessoas com quem trabalhamos, saber valorizar cada um e ser humilde para aprender com todos. Saber “retirar” o melhor de cada um e potenciar esses skills e ajudar nas dificuldades. Estar sempre presente para as equipas que se lidera e ser um exemplo a seguir. É muito importante conhecermos bem quem trabalhamos, respeitar a individualidade de cada um. Celebrar todas as conquistas com as equipas, mas, e principalmente, defender as nossas equipas e dar a cara por elas quando as coisas não correm como esperado. Motivar quem está ao nosso lado todos os dias. Se gerirmos bem as pessoas os resultados aparecem…
Como vê hoje a moda de luxo, comparando-a com os últimos cinco anos? O que, no seu entender, mudou e o que estará na origem destas mudanças?
Hoje o setor da moda de luxo está cada vez mais focado no consumidor. O que mudou nestes últimos cinco anos foi, sem dúvida, o conhecimento e a exigência do consumidor. Cada vez mais temos de surpreendê-lo, não basta lançar um produto da marca para ele vender de forma automática, temos de surpreender com esse produto. O consumidor de luxo de hoje é altamente sofisticado, culto, elegante e consciente dos seus gostos e preferências. Está mais consciente do que consome e valoriza cada vez mais a autenticidade dos artigos e o que estes representam, se estão de acordo com os seus valores morais. Como exemplo, o posicionamento das marcas frente a causas ambientais e sociais é praticamente uma obrigação. O consumidor procura a experiência de adquirir o prestígio de ter a marca, a emoção da compra, isto tudo sem nunca descurar a qualidade e exclusividade. Tem de se identificar com a Marca, com o que esta representa.
Três palavras que, para si, definem com exatidão o universo de luxo da Roberto Cavalli.
Glamour, Luxo e sedução, estas são, sem dúvida, as palavras que definem o universo Cavalli.
Quais são para si as principais valências do F Club e como é pertencer a um clube empresarial liderado e desenhado para a Mulher?
Para mim, o propósito deste fantástico clube só pode ser um, que é o da interajuda e colaboração entre todas. Se nos apoiarmos mutuamente (e por vezes são pequeninos gestos de apoio), cada uma de nós irá fazer o seu percurso sustentado, ainda, em mais sucesso; cada uma de nós irá crescer ainda mais.
Este clube teve uma origem que é o sucesso: Fátima Magalhães. Quando um clube tem na sua base alguém que genuinamente está cá para ajudar, só pode ter sucesso. Fazer parte deste grupo de Mulheres fantásticas, liderado por uma Mulher que é um exemplo de humildade, credibilidade e generosidade (FM) é, para mim, um honra e um privilégio muito grande.
Por Isabel Figueredo