A Store Manager da Bvlgari Lisboa tem uma ligação estreita, emocional e de longa data, com a moda. O seu percurso profissional esteve sempre, de alguma forma, ligado ao setor. Desde muito jovem que Ana queria ser criativa e inovar. E durante o crescimento, como ser humano e profissional, ao longo dos anos, Ana foi adquirindo diversas competências, de entre as quais destacaria “o sentido de disciplina, o rigor e o trabalho em equipa”, assim como as competências relacionadas com o management, na vertente dos Recursos Humanos e na perspetiva do negócio.
Como nos revela: “Julgo que a participação no curso de Marketing de produtos e serviços de luxo, ministrado pela Universidade Católica de Lisboa, trouxe-me a visão integrada desta área e permitiu-me galgar mais um degrau neste processo contínuo de aprendizagem (que nunca está concluído)”.
Atualmente, beneficia das experiências profissionais anteriores, que já somam 20 anos, e que lhe permitiram, e ainda permitem, vivenciar o “Mundo do Luxo” segundo perspetivas comerciais distintas. “Consequentemente, a minha experiência na Bvlgari foi e está a ser um grande desafio pessoal e profissional”.
O que a inspira neste universo?
O universo do luxo é um espaço em constante mudança, onde a criatividade é a marca distintiva, e esta permanente aposta na inovação é um símbolo indissociável da indústria. Aquilo que o cliente espera quando entra neste mundo, a que eu me refiro por ‘encantado’, é sentir sensações únicas, próximas da magia e do desejo, que lhe permitam sonhar e descobrir-se a cada momento. A minha participação neste processo consiste em facilitar, possibilitar o link entre duas realidades, facto que tem sido muito inspirador, mas também muito desafiante, porque cada cliente é único.
Abrir uma loja Bvlgari em Lisboa e liderar este projeto significa um salto na sua carreira? De que forma?
Gostaria de sublinhar que a Bvlgari é uma marca com mais de 130 anos de história, sendo um dos expoentes internacionais na área do luxury. Quando abracei este desafio, tornei-me numa embaixadora deste património histórico e cultural. A cultura da Bvlgari conduz-nos (a toda a equipa de Lisboa) à condição de Romanos em Lisboa, sendo este o standard que marca a atitude de liderança e de adaptação com o propósito único de cumprir com os elevados padrões e, assim, garantir a total satisfação dos nossos clientes.
O que há de mais interessante, e até desafiante, na comunicação e interação com o cliente?
Todos os dias se revestem de um enorme desafio, porquanto cada cliente é único, tem expetativas e exigências diferenciadas que importa serem atendidas. Em todo o caso, o que marca a nossa relação com o cliente, e que é efetivamente único, é a forma verdadeira como esta relação nasce e evolui, sendo fundamental que o cliente sinta esta confiança da nossa parte.
Como é o cliente Bvlgari? O que melhor poderia defini-lo?
O cliente Bvlgari é um cliente apaixonado pela marca, conhecedor do nosso produto e das nossas criações, é, por si, uma pessoa audaz, irreverente, que não procura apenas satisfazer o gosto pessoal por uma determinada peça (já seja um joia ou relógio), mas também busca o elemento artístico, único, que a Bvlgari proporciona nas suas criações. A sua chegada, ou o seu regresso, está ligada à vontade de adquirir um produto de qualidade e, cada vez mais, suportado num atendimento de excelência.
Como é descobrir uma nova coleção a cada temporada?
Em cada coleção que surge abre-se um novo capítulo de tendência, possibilitando a descoberta de um novo patamar de criatividade e inovação aliado à sofisticação e ao design.
De que forma o mundo Bvlgari também mexeu com o seu universo pessoal?
Sentindo-me realizada profissionalmente, a minha família também fica feliz, também se sente realizada por mim. Não temos aquele sentimento de perda do momento, porquanto procuramos viver intensamente cada momento em que estamos juntos, e isso é o mais importante.
Onde se vê daqui a cinco anos?
Tenho a plena consciência de que ao longo da minha vida profissional tenho realizado o meu trabalho com muita intensidade, dedicação e profissionalismo, sendo estas as características que me têm norteado, e que me nortearão durante toda a minha carreira profissional, independentemente dos desafios que me sejam apresentados.
O que é para si um bom gestor?
Um bom gestor tem de conhecer as suas pessoas e saber evidenciar as qualidades e competências destas no dia-a-dia. Tem de ser camaleónico, porque o mercado muda repentinamente, assim como deve ser audaz e criativo.
O que sugere a todas as mulheres que lideram projetos e equipas em prol do sucesso e de um bom ambiente de trabalho?
Sugiro que mantenham todas as qualidades que têm marcado e distinguido as mulheres nas funções de managers, continuando a motivar e a valorizar as suas equipas através da proximidade, do estabelecimento de relações de confiança e de entreajuda, sendo esta a chave do sucesso e que tão bem tem sido prosseguido pelas gestoras.
Alguma vez sentiu que um desafio poderia estar perto de ser intransponível? Como lidou com esse facto?
Julgo que o atual momento de emergência pública retrata fielmente aquilo que poderia ser encarado como um desafio no limiar da intransponibilidade. Contudo, este período de extrema dificuldade para a atividade comercial realçou aquele conjunto de atributos que já pude destacar anteriormente, de adaptação, de inovação e de criatividade, e que fazem da Bvlgari uma marca única e de excelência no panorama mundial do segmento luxury.
Por Isabel Figueredo