
1 – Que experiências positivas e negativas retira do facto de estar recolhida nesta fase de contenção provocada pelo novo coronavírus?
Acredito que todo este panorama não esteja a ser em vão. Creio realmente que terá que haver uma mudança necessária no nosso comportamento em relação ao planeta, à natureza, à vida.
Tenho aproveitado e levado esta fase como um retiro, em que me coloco à prova, mas também no qual me permito parar. Acredito que o pior acaba por ser o isolamento e não poder estar perto de quem gostamos e sentimos saudades, nem que seja para dar um abraço.
Por outro lado, preocupa-me o facto de, mais uma vez, estarmos dependentes dos nossos telemóveis e redes sociais, para nos sentirmos mais próximos às pessoas. E, para mim, a grande questão que coloco é se, terminado tudo isto, havemos de valorizar mais os momentos juntos ou continuaremos “escravos” dos nossos gadgets?
2 – De que forma tem estado Angola a viver este momento mais conturbado?
Apesar de ser um dos países menos afetados em África e, surpreendentemente, com medidas e serviços de prevenção bastante aclamados além-fronteiras, acredito que a situação estará controlada o quanto antes e assim o espero. O povo angolano já sofreu demasiado, seria mais do que justo sermos poupados neste momento.
3 – Como afetou esta pandemia a indústria da moda mundial?
Vou acompanhando de longe, uma vez que estou fora das passerelles há quase 2 anos e a minha aposta agora está mais virada para a televisão/representação. Espero que estejam protegidos independentemente de estarem perto ou longe das suas famílias e que esta fase sirva também para fazer uma reflexão.
Será um ano difícil a nível económico em quase todos os sectores, mas como em toda a tempestade, depois vem a bonança. O importante é que estejam todos unidos.
4 – Considerando a solidariedade com a chave para o futuro, o que se poderá mais se fazer?
Sair do discurso para a ação. Fala-se muito em união, empoderamento, intercâmbios, etc… Na teoria é muito válido, porém, precisamos ver acontecer e que, efetivamente, passe para a vida real.
5 – Qual um futuro melhor para Angola depois da crise epidémica?
Eu aplicaria a política dos 3 R’s:
-Reconstrução
– Reeducação
– Reinvenção
No fundo, trata-se de ajudar os angolanos a serem mais independentes e unidos.
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